terça-feira, 11 de junho de 2013

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM- TEXTO

MEU PRIMEIRO BEIJO
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo foi num ônibus, na volta da escola. E sabem com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos exatamente o que era “o beijo”. Só de filme. Estávamos virgens nesse assunto. E morrendo de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
Não sei se numa aula de biologia ou de química, o Culta tinha me mandado um dos seus bilhares de bilhetinhos. Alguns enigmáticos, com palavras recortadas de jornais e revistas. Outros, com palavras de sílabas entrecortadas e espalhadas pelo papel, como num poema modernista. Num deles deu pra ler isso: “Berenice, você é a glicose do meu metabolismo.Te amo muito!”
E assinou com uma letrinha miúda: paracelso. 
Paracelso era o outro apelido dele. Fez uma letrinha tão minúscula que quase tive dó, tive pena, instinto maternal, coisas de mulher... E também não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele. Mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra me acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o seguinte papo:
– Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia, Bê? – Fiz cara de desentendida. Mas ele continuou:
– Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29 músculos, consome cerca de 12 calorias e acelera o coração de 70 para 150 batidas por minuto. 
– Aí ele tomou coragem e pegou na minha mão. Mas continuou salivando seus perdigotos, agora me chamando de Beré: 
– Beré, sabia que na saliva de um beijo a gente também gasta nada menos que 9 mg de água; 0,7 mg de albumina; 0,18 g de substâncias orgânicas; 0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais e pelo menos 250 bactérias...?
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do meu. E, tremendo, tirou seus óculos. Tirou os meus. E ficamos nos olhando de pertinho. O bastante para que eu descobrisse que, sem os óculos, seus olhos eram bonitos e expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso aquele calorzinho que envolvia o corpo da gente. 
Ele beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e senti sua respiração ofegante. Seus lábios tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com mais força. E então nos abraçamos de bocas coladas, por alguns segundos.
De repente o ônibus já havia chegado no ponto final e já tínhamos transposto, juntos, o abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa. E nos beijamos de novo no portão do prédio. Aí ficamos apaixonados por várias semanas. 
Até que o mundo rolou. As luas vieram e voltaram. O tempo se esqueceu do tempo. As contas do telefone aumentaram, depois diminuíram... E foi ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro beijo. Mas foi inesquecível!
Só tem um problema. Ou melhor, um superproblema, um megaproblema: toda vez que eu me lembro do meu primeiro beijo me dá uma vontade irresistível de comer chocolate. 
E agora? O quê que eu faço? Viro uma baleia, uma foca, uma morsa?
Por favor, cartas para o Aquário Municipal, onde pretendo passar o próximo verão. Ou, em último caso, para o Zoológico mais perto de você, aos cuidados da elefanta Berenice... ou Beré para os mais íntimos.
Beijo também engorda. Ufs!
ANTÔNIO BARRETO

SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Em nosso encontro presencial e em grupo. a partir da leitura dos textos de Dolz & Schneuwly e Rojo, desenvolvemos estratégias de ensino para o texto " O primeiro beijo " de Antônio Barreto.
 
Público alvo: 8º ano
 
1- Leitura compartilhada
2-Inferência local ( vocabulário )- Por que a menina chama o menino de " Cultura Inútil"? Por que os  apelidos " O Culta " e " Para Celso"?
3-Inferência Global- Após o primeiro beijo o relacionamento durou quanto tempo? Justifique com uma passagem do texto.
4-Contexto de Produção- Discussão: análise do texto
5-Intertextualidade- Música " Eduardo e Mônica" do Legião Urbana; e o poema " Dúvida" do Chacal.
6-Interdiscursividade- Trabalhar com as diferentes linguagens entre o menino e a menina apresentadas no decorrer do texto.
7-Produto Final- Recontar a história por meio de recorte e cole e, depois, apresentar  por meio de encenação

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DEPOIMENTOS LEITURA E ESCRITA


Não consigo precisar com exatidão quando a leitura entrou na minha vida, mas era muito pequena quando as histórias passaram a fazer parte dela, através dos contos narrados pelos meus pais, que eram  capazes sem um livro na mão de  descrever personagens, cenários e ações como se estivessem acontecendo ali à nossa frente.
Desta magia  tão bem descrita, o gosto pela leitura  foi consequência natural, sem data para iniciar-se. No entanto, tenho bem vivo em minha memória um livro que me marcou:  “ O menino do engenho” de José Lins do Rego, em quadrinhos, até hoje consigo sentir o cheiro das folhas  lidas e manuseadas tantas vezes. Aliás, digo que sou olfativa, pois adoro o cheiro dos livros e cadernos, sejam eles novos ou velhos, cada um tem seu poder de me entorpecer.
A leitura passou a ser meu alimento, leio assim como sacio a minha fome, o grau de importância é o mesmo. Sou como Antonio Calado  mencionou, antropofágica, sustento-me através de histórias.
Não tive a felicidade de conviver com pessoas tão ilustres como Danuza Leão conviveu, mas sou imensamente grata aos meus pais, que na sua simplicidade, mostraram-me a ilusão de conhecer novos mundos, através de uma boa história.
PROFª GORETI

terça-feira, 4 de junho de 2013